Relatorio ácerca do cholera morbus.

  • Candido, Francisco de Paula, 1806-1864.
Date:
1855
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Credit: Relatorio ácerca do cholera morbus. Source: Wellcome Collection.

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    11 — ciai ou completaraente; para ser então desinfectado segundo o Capitulo II. ou con- forme Artigo 22 se assim o julgar indispensável a Autoridade Sanitaria. Art. 22. Para executar-se a desinfecção completa ou radical proceder-se-ha successivamente pela maneira seguinte: § 1.® Descarregar completamente o navio: ^ 2.® Mergulhar em dissolução do chlorureto toda a roupa suja e objectos infectos que se puderem submetter á esta immersão. § 3.® Extrahir pela bomba toda a agua infecta do fundo do cavername até que as ultimas camadas de agua introduzida para esta lavagem saião puras: e lançar pela bomba no fundo do cavername, já lavado, duas ou Ires ar- robas de chlorureto de zinco, ou de cal, ou de sulfato de ferro. § 4.® Conduzir ao interior do navio mediante hum tubo conductor o vapor da agua fervendo de huma caldeira collocada, ou sobre o convez do mesmo navio, ou sobre o do vapor da Visita Sanitaria ; e fechar todas as escotilhas e todas as outras avenidas por onde possa escapar o vapor accumulado e conden- sado no interior do navio; continuando este processo até elevar-se sensivel- mente a temperatura da superfície externa do navio pela condensação do vapor. § 5.® Collocar no fundo de cada compartimento do navio huma camada sulBcientemente espessa de terra, de argilla, ou de outro corpo não conductor do calor e incombu.stivel; e, feito isto: Collocar sobre cada huma destas differentes camadas huma ou duas arro- bas de enxofre ( conforme a lotação ): lançar fogo a este enxofre , e feichar de novo todas as escotilhas e todas as avenidas por onde possa entrar o ar para este compartimentos, ou sahir o gaz sulfuroso: vigiar esta combustão, ou pa- ra dar accesso ao indispensável ar que a alimente, ou para evitar que se com- munique o fogo ao navio. Continuando esta combustão de enxofre que se re- novará se for preciso até saturar-se o casco do gaz sulfuroso. § 6.® Vinte e quatro horas depois de terminada a combustão do enxofre, lavar toda a superfície interna do navio, especialmente aquellas onde mais se accumulão objectos susceptíveis de decomposição, com dissolução de chlorureto de cal ou de zinco, ou esfregar-as com cal virgem: caiar todo o pavimento e anteparas: e conservar então pelas escotilhas e outras aberturas a mais livre circulação do ar, promovendo o mais possivel a exposição do interior do navio aos raios do sol. Art. 23. Quando se der o caso de proceder-se á completa desinfecção se- gundo 0 Artigo 22; qualquer que seja a procedência do navio, e qualquer que tenha sido a infecção a bordo, se durante dez dias depois de concluido o pro- cesso de desinfecção completa em qualquer dos dous ancoradouros ( do Laza- reto ou de observação ) não apparecerem mais indicios alguns de moléstias a bor- do; será 0 navio admittido á livre pratica. Se porém durante estes dias appa- recer de novo qualquer caso das tres moléstias pcstilenciaes, a quarentena re- commeçará a contar desse dia, e o processo de desinfecção será de novo applica- do em lodo 0 seu rigor. CAPITUTO VII. Medidas divei'sas relativas ás quarentenas e ao serviço dos Lazaretos. Art. 2/i. As quarentenas estabelecidas em razão de ser o navio proceden- e t de hum porto infeccionado só terão lugar nos casos de cholera, febre ama- rella, ou peste. As que se deverem realizar em cazos mui especiaes em consequência da variola, diarrhéas, typhos, carbúnculo, hydrophobia, e outras moléstias conta- giosas, em conformidade dos Arts. 1.® e 2.® só se applicarão em todo ou em parte aos navios que chegarem affectados, e não aos outros, embora de iguaes pro- cedências, que chegarem em estado de saude; e ainda estas quarentenas ficão dependentes da approvação do Governo na Côrte, e dos Presidentes nas Pro- vindas, que lhes prescreverão os limites ou as dispensarão.